sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Beija-flor






Rasgar a fantasia
E ser enfim o carnaval
Cantar pra ver o sol de todo dia

Ser o canto da floresta, passarada em festa
Ser maestro de uma orquestra de sapos
Pra acordar a lua

Ser assim, beija-flor
Azulzim, beijador
Bonitinho e sedutor
Pra ganhar o Teu amor
Pra ganhar o Teu amor
Divina flor

Plantar na melodia
Uma semente de emoção
Ser lavrador no chão dessa alegria

Colher estrelas no universo
Do teu coração
Comer do pão da tua poesia

Ser assim, beija-flor
Azulzim, beijador
Bonitinho e sedutor
Pra ganhar o Teu amor
Pra ganhar o Teu amor
Divina flor


Carlinhos Veloz
Música do CD Vibratons
Foto Alan Cardoso

Escultura





Crio imagens
Com as palavras,
E modelo
Com a ilusão;
Linha curva,
Linha reta,
Escultura
Feita á mão.
Ferramenta
Do poeta
É a imaginação.


Elizabeth F. de Oliveira
Foto Pedro Rino Vieira

Não Pise na Grama


Placa inútil e amarela:
“Não pise na grama.”

Amarela
pela ausência de girassóis.

Inútil
porque não tenho os pés no chão.


Fábio Rocha

O TAO



por detrás de toda janela aberta
há um convite
para mais de duas notas musicais
que somente os olhos das Crianças
dos anciãos e alma dos pássaros
conseguem decifrar...

gato: entre o indiferença exacerbada
Olhe como se fosse um cão

cão: entre a amabilidade excessiva
Olhe como se fosse um gato

gato: entre o individualismo egoístico
Olhe como se fosse um cão

cão: entre a fidelidade extremamente melosa
Olhe como se fosse um gato

gato: entre insociabilidade solitária
Olhe como se fosse um cão

O TAO
'tal dono, tal cão'
'tal gato, tal dono'

por detrás de toda janela aberta
há um convite
para mais de duas notas musicais
que somente os olhos das crianças
dos anciãos e a alma das aves
conseguem decifrar...

Rosangela_Aliberti

www.rosangelaliberti.recantodasletras.com.br

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Borbulhante


Guardei meu poema dentro de uma bolha de sabão.
Como não ficar seduzida
pela circunferência lisa e transparente,
onde o arco-íris passeia docemente
e morre de amores pela espuma colorida?

Acomodado na nova moradia,
o poema suspirou e adormeceu.
Quando acordou, já não mais me pertencia.

A bolha de sabão se deslocara
e o poema apaixonado que eu criara
descobriu de repente que era teu.


Flora Figueiredo
em Chão de Vento
Foto Lisboeta

domingo, 25 de novembro de 2007

Apresentação


Olá, meus caros amigos!
Sejam mais do que bem-vindos ao meu blog. Estou criando um blog não somente para mostrar o meu trabalho, mas para abrir espaço para outros poetas, renomados ou não. O meu intuito é criar um ambiente alternativo, onde se possa desacelerar o ritmo do dia-a-dia com pequenas pinceladas de poesia. Um momento para se fazer uma pequena pausa para um café, lendo sempre algo que vá, de certa forma, aquecer o seu coração.
Aceito sugestões, poemas e textos para postagem e tudo o que possa acrescentar qualidade, desde que esteja de acordo com o perfil desse blog.
No mais, meu carinho e agradecimento pela visita.
Elizabeth F. de Oliveira

Gestação



Para Sofia


Todo poeta sente
Que cada composição
É uma espécie de gestação,
Mas com um parto diferente.
Que para nascer,
Não levam nove meses,
E, em quase todas as vezes,
A dor é pra valer.
Mas o poema bebê
Logo que nasce,
Mostra então a sua face;
E pra orgulho do genitor;
O rebento,
Que nasceu nesse exato momento,
É um lindo poema de amor.



Elizabeth F. de Oliveira