segunda-feira, 18 de abril de 2016

DANÇA DO VENTRE


A bailarina Rachel Brice pintada por Ferguson






O corpo em mutação.
A serpente sinuosa
no mistério do infinito:
ondulação.
A leveza do véu
nas asas do  movimento:
levitação.
O sopro da  dança  
no  ventre da alma: 
consagração.


O bailado da ancestralidade
no templo da tradição.






Elizabeth F. de Oliveira


quarta-feira, 6 de abril de 2016

HEBRAICO








Procuro
nesse alfabeto antigo,
a sombra de um
antepassado,
um mar morto em mim.
Mas a geografia dos meus olhos
é  Aravá,
o deserto que fui e ainda sou.
Passos incertos
peregrinando a história
do que busco:
encontrar-me,
sem muro ou lamentação
do que fui
e do que me tornei.








Elizabeth F. de Oliveira




segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

PROFUSÃO







A profusão do sentir
expande o território
onde  a solidão
me desabriga.
O ermo que em mim
avança,
em austera geografia,
contrai
e subtrai
o meu coração.






Elizabeth F. de Oliveira