sexta-feira, 24 de abril de 2015

DESERTOS








Muitos desertos me habitam:
tenho os cabelos
tingidos de ocaso
e a pele tatuada
pelo nomadismo das areias.
A aurora
em mim inexiste
porque o sol sempre sangra
em meu peito.
Regida pela solidão,
sigo
sem rumo,
sem retorno,
com a certeza
de que só o silêncio
me compreende.










Elizabeth F. de Oliveira






2 comentários:

Graça Pires disse...

O deserto. O silêncio. A sede. A solidão. Tudo habita o coração dos que amam as palavras... É preciso procurar o oásis, a fonte, o poema...
Gostei do que escreveste.
Um grande beijo.

A.S. disse...

Sim... A Graça Pires tem razão!
Há sempre um oásis onde poderemos saciar todas as sedes...

Beijos!
AL