terça-feira, 20 de novembro de 2012

CLAUSURA


 



 

Condenada  fui
á clausura de incontáveis ausências,
ladeada por uma solidão de distâncias.
Reclusa e nomeada
de premonitório isolamento,
abstraio-me de olhares incertos,
entoando o chamamento
silente dos reflexos
retidos na memória de algum tempo.
Circunscrita de labirintos
excessivos de saudade,
recobro,
na eufonia de cada instante,
o murmúrio inaudível de olhares
perdidos na inevitabilidade do tempo.




Elizabeth F. de Oliveira
Foto: autoria desconhecida

 

 

4 comentários:

A.S. disse...

Uma profunda inquietude transparece das palavras, enquanto um pássaro errante traça no teu rosto, a matriz de um rio intranquilo por onde navega a nau da liberdade...


Beijos...
AL

vieira calado disse...

O poema é bom, mas o estado de espírito, não!

Beijinho para si!

O Árabe disse...

Sempre um belo texto, amiga! Encanta-me a forma como lidas com as palavras. Boa semana!

Nilson Barcelli disse...

Como dói uma clausura dessas...
Mas a espera custa menos quando há a certeza da chegada.
Magnífico poema, gostei mesmo muito.
Elizabeth, minha querida amiga, tem uma boa semana.
Beijo.