Esquecida
estou
nesse
labirinto do tempo.
Rasgam-se
séculos
por
esses corredores
que
são o meu périplo.
Deambulo
solitária
sem
respostas ou salvação;
essa
clausura imposta
tem
o peso de alguma maldição.
Perco-me
na condenação
desses
corredores sem fim
estou
é dentro de mim
nesse
espaço-tempo
que
não vigora
onde
as noites prevalecem
sobre
a aurora,
labirinto
dentro de mim.
E
quando acordo
desse
cárcere onírico
sinto
meus pés
nesse
espaço físico,
frio
e sem saída
do
labirinto do tempo
onde
me encontro
indefinidamente
perdida.
Elizabeth F de Oliveira
Arte de Salvador Dali
8 comentários:
Profundas reflexões...
O tempo - "compositor de destinos"-vai tecendo suas marcas na vida de cada um.
Parabéns pelo poema, Elizabeth!
Abraço :)
É pior perdermo-nos dentro de nós do que no meio da selva do quotidiano que nos rodeia...
Excelente poema, gostei muito.
Elizabeth, minha querida amiga, tem um bom domingo e uma boa semana.
Beijo.
Lá que o tempo é um autêntico labirinto, uma armadilha, lá isso é!
E é difícil escolher o caminho, para a vida plena.
Mas é preciso voltar a tentar...
Beijinho para si!
Querida Beth;
No labirinto do tempo, apenas a poesia é uma nómada referência!...
Beijos!...
AL
A riqueza imagética dos teus versos continua incrível: o sonho dentro do sonho, a prisão por dentro de outra e o tempo, senhor implacável e onipresente... Lindo, parabéns! E a construção "mas perdida mesma/ estou é dentro de mim/ nesse espaço-tempo/ que não vigora/ onde as noites prevalecem/
sobre a aurora,/ labirinto dentro de mim." são de um lirismo digno de nota: mereciam uns bons acordes djavanianos, visse?! Bravo! Qual o poeta (ou poetisa, rs) não vive dentro deste labirinto diuturnamente (mais à noite que de dia, que se repete e se repete e se repete...)?! Meu abraço, meu humilde agradecimento diante de tão ricas palavras gentis sobre meu escrever na tua última visita e o meu convite para comemorares São Luís por suas pontes feias e imprecisas...
Olá, Elizabeth
O labirinto do tempo é nosso caminho. Mas nem tudo se perde, pois buscamos sempre novas saídas, e essa busca já é uma espécie de encontro com nós mesmos.
Abraço,
Aureliano.
Os sentimentos espelham-se na sua poesia com encanto, com harmonia.
Reli o poema com o mesmo gosto da primeira vez.
Elizabeth, tem um bom fim de semana.
Beijo.
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