sexta-feira, 15 de maio de 2015

CINZA




As pedras da minha infância
são cinzas
paralelepípedos da memória
lembranças duras de dentro.
As pedras da minha infância
pintaram de cinza
a cor dos dias
fizeram do futuro
um tempo escuro de viver.
As pedras da minha infância
são agora o meu chão
(caminho de revés)
com todo esse cinza
debaixo dos pés.









Elizabeth F. de Oliveira



4 comentários:

lila disse...

Linda e sensível como você amiga,beijos dê luz !!!

Dilberto L. Rosa disse...

Bravo! Tu me emocionaste facilmente com todas esta sinestesia de imagens carregadas de idas e vindas poéticas: eu, assim como tu, também penso na memória da infância em preto e branco - a não ser por um céu azul bem claro, com nuvens de desenho infantil ao longe, para contrastar com todo o restante!

Mas, quanto à emoção, isto já é quase redundante: quem bem souber, que sempre pare aqui para um café - que a emoção é certa e precisa! Um abraço saudoso pra você, minha poetISA (ré, ré, ré - eu não resisto, nem à rima, nem à provocação de gêneros, adorável conterrânea)!

Graça Pires disse...

"As pedras da minha infância
são agora o meu chão"
Um poema tão melancólico que me sensibilizou. É preciso reinventar a infância todos os dias, minha querida amiga... Sei como é.
Um beijo e saudades.

A.S. disse...

As pedras da infância têm as cores que existem na pureza do olhar de uma criança! As cores com que a sua fantasia pinta o mundo. As cores da origem onde tudo se inicia... as cores mágicas de um arco iris!...

Bjus,
AL