CINZA
As pedras da minha infância
são cinzas
paralelepípedos da memória
lembranças duras de dentro.
As pedras da minha infância
pintaram de cinza
a cor dos dias
fizeram do futuro
um tempo escuro de viver.
As pedras da minha infância
são agora o meu chão
(caminho de revés)
com todo esse cinza
debaixo dos pés.
Elizabeth F. de Oliveira
4 comentários:
Linda e sensível como você amiga,beijos dê luz !!!
Bravo! Tu me emocionaste facilmente com todas esta sinestesia de imagens carregadas de idas e vindas poéticas: eu, assim como tu, também penso na memória da infância em preto e branco - a não ser por um céu azul bem claro, com nuvens de desenho infantil ao longe, para contrastar com todo o restante!
Mas, quanto à emoção, isto já é quase redundante: quem bem souber, que sempre pare aqui para um café - que a emoção é certa e precisa! Um abraço saudoso pra você, minha poetISA (ré, ré, ré - eu não resisto, nem à rima, nem à provocação de gêneros, adorável conterrânea)!
"As pedras da minha infância
são agora o meu chão"
Um poema tão melancólico que me sensibilizou. É preciso reinventar a infância todos os dias, minha querida amiga... Sei como é.
Um beijo e saudades.
As pedras da infância têm as cores que existem na pureza do olhar de uma criança! As cores com que a sua fantasia pinta o mundo. As cores da origem onde tudo se inicia... as cores mágicas de um arco iris!...
Bjus,
AL
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