sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Olhai os lírios do campo






Estive pensando muito na fúria cega com o que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esqueceram o que têm mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arranha-céus se não mais almas humanas para morar neles? É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.



Érico Veríssimo
Foto Joilton Obom

Um comentário:

Anônimo disse...

Aos 11 anos tinha o texto de Érico Veríssimo decorado, e quando estava sozinha à tarde, gostava de ficar recitando Olhai os lírios do campo.
Hoje escrevo poesia e sou professora de Literatura.