sexta-feira, 25 de abril de 2008
O Violino
Para Cássia
O violino
É meu instrumento predileto,
É por ele que dissemino
Todo o meu afeto;
É com ele que afino
As notas da minha existência
E já escrevo com veemência
Na partitura da vida.
Não importa se a clave
É de Sol ou de Fa,
Sempre vai ter lugar
Para o que tiver bom som.
Quando estiver incorreto,
Eu corrijo o tom
Dos bemóis e sustenidos da vida,
Que um dia foi bem mais dolorida
Por não estar no compasso correto.
Ao tocar a primeira canção,
Transformei meu sonho em realidade
E tornei-me composição
Para minha perplexidade.
Elizabeth F. de Oliveira
quarta-feira, 16 de abril de 2008
A Outra Margem do Tempo XXXIX
Os flamboaiãs tecem um sopro de cores,
de partituras vivas a incandescerem
o azul, o incêndio da manhã aberta.
Todo o esquecimento, as ruínas
e os escombros do vivido, o fracasso
de não reter as semeaduras e os ventos,
silenciaram-se, súbitos, ante essa floração
mais viva que o tempo. Os flamboaiãs
ensinam-me a não morrer, a pulsar
mais que a efêmera passagem dos barcos,
dos pássaros em perene exílio. Inscrevo-me
nesse pólen, nessas chamas a inaugurarem
uma luz mais plena que a do sol.
Batizo-me nos galhos onde principiam
os astros e os quatro pontos cardeais.
Os flamboaiãs tecem, em mim, um outro
tempo, instante vivo de todas as florações.
Alexandre Bonafim
www.arquipelagodosilencio.blogspot.com
Foto Fernando Gabeira
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Espera
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