quinta-feira, 31 de julho de 2008

Amanhecendo





A vida me amanhece
Pesando os minutos de se permitir.
Não sei se lá fora o sol
Se levanta guardando em si
Um propósito de realização
Ou se as horas que se aguardam
Na senda do existir
São fios de vivência que subsistem
No caos ardente das emoções.








Elizabeth F. de Oliveira
Foto: José Luis Mendes

sábado, 19 de julho de 2008

Saudade





Somente tuas mãos
são capazes de atenuar
a dor que me excede
por entre os dedos.
Somente o teu abraço
pode devolver-me
o equilíbrio absente,
esquecido no caminho
extenuado do sentimento.
Eu te preciso-me
nos minutos da vida;
visto que eu-metade,
sozinha,
não me faço inteira,
só me faço saudade.




Elizabeth F. de Oliveira
Foto Antonio Maia

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Una





Em águas escuras de saudade,
navego una,
por entre a paisagem
semântica do meu sentimento.
Deslizo sobre uma emoção espelhada
de verdades veladas.
O barco que me conduz
me naufraga e me resgata
na sendas incendiadas
pelo verde que se dilata
em minha retina.
Una, eu e o rio, solitários e perdidos
em algum braço esquecido
de navegação.
Una, eu me reflito, nessa águas
que me conduzem ao coração.







Elizabeth F. de Oliveira
Foto: Cássia C. Lopes
Rio Una em Morros- MA


quinta-feira, 3 de julho de 2008

VIOLÃO





Dedilho no violão
a inocência presente na infância.
Tento buscar na sonoridade das cordas
as notas que deram o tom perfeito
aos sonhos que um dia alimentei.
Quando tocar uma canção,
estarei dedilhando os anseios
dos acordes perdidos
na inconsequência do tempo.






Elizabeth F. de Oliveira