quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Madrugada
Debruçada sobre madrugadas vazias,
Ausentes de pensamentos, rimas e sonhos,
Repouso sobre a esterilidade do nada;
Enlevo único entre sombras,
Restos de luz e matizes de solidão.
Elizabeth F. de Oliveira
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Origami
Dobra que dobra,
redobra.
Põe de pé,
puxa as pontas.
Não fica perfeito,
mas faz de conta;
um pouco torto,
mas ninguém vê.
Não faz mal:
é só um pedaço morto
de folha de jornal.
Ficou de lado,
meio largado
na gaveta.
Ao voltar,
as letras de papel terão voado.
Palavra mal guardada
acaba se tornando borboleta.
Flora Figueiredo
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Poema às Artes Mágicas
Urgentemente
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Fonte
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Papelão
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