sexta-feira, 26 de abril de 2013

BARDOS








Somos remanescentes
da linhagem do afeto,
bardos, de um outrora
sem tempo, com versos
manuscritos de silêncio.
Nossa bagagem nesta vida
é séquito de mágoas no peito
e tristeza imerecida nos olhos,
ignomínia das lembranças
acumuladas no estio da existência.
Nossa trajetória é impiedosamente
sulcada pela inclemência da solidão,
ponto de interseção de nossos
inauditos destinos.





Elizabeth F. de Oliveira

quarta-feira, 10 de abril de 2013

DÉDALO








Percorro a singular
geografia do teu universo,
imerso de palavras, acordes
e imagens que tão
bem definem a genealogia
do teu desencanto.
Dédalo de emoções,
onde a tristeza peregrina
paralela à solidão;
ínvio caminho,
margeado pela veemente 
eloquência do silêncio.




Elizabeth F. de Oliveira
Foto: autoria desconhecida