segunda-feira, 21 de outubro de 2013

CANTO





Minha poesia é meu canto
íntimo
inerme
mudo
um alarido de palavras
sem som,
guiando em silêncio
meus significados de ser.
Os símbolos me entoam
em dança sagrada,
dervixes rodopiantes de emoções.
Tudo me é melódico e eufônico
no ventre das palavras.
Nada sou
além de voz que canta
no papel a música inaudível
de mim mesma,
sonoridade oculta
da palavra que sou.





Elizabeth F. de Oliveira
Tela de C. Toffolo

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

ÁTIMOS



                                                                   para Jamil Damous



Palavras que deslizam
a saudade que te habita,
poesia inaudita
nas entrelinhas do tempo.
O que foi ou não foi,
mas poderia ter sido;
o que não aconteceu
ou o acontecido.
Tudo ganha espaço
no terreno da memória,
latifúndio da tua história
do que foi ou não vivido,
cercanias de um mundo
habitado ou esquecido.
Entre o quarto, o céu e a sala,
o vento, a parede e o corredor
tua poesia percorre solta
catalogando átimos de amor.





Elizabeth F. de Oliveira
Capa do livro 'O Rei do Vento' de Jamil Damous

Poema  inspirado na leitura desse livro.