terça-feira, 19 de junho de 2018

ALZIRA DE ALÉM-MAR





Cigana
concebida nas entranhas
dos antepassados,
na clareira do tempo
onde chovem de dor
os dias.
Vieste 
para bailar o presente
girando as vicissitudes
de ponta-cabeça.
Na saia,
movimentos de cura
para afogar no oceano
um passado Atlântico
de tristeza e mágoas.
Agora renasces
- sem aviso ou fronteira - 
da ponta do lápis 
à ponta do pés,
para interromper
o círculo vicioso
de lágrimas
que se instaurou
nos olhos dessas mulheres. 







Elizabeth F. de Oliveira





2 comentários:

Graça Pires disse...

Gostas da figura da cigana. Vê-se neste poema muito belo. "Agora renasces - sem aviso ou fronteira - da ponta do lápis à ponta do pés…"
Um beijo minha querida Amiga.

Unknown disse...

Percebo que existem várias formas de receber cura e a poesia externa uma delas. Parabéns, ficou muito lindo.