O teu silêncio adormece-me o sentido das palavras, entorpece-me a semântica de viver; e na eternidade atemporal, mantém-me desperta a saudade latente. O teu silêncio persiste em ausências, ecoando em mim o teu chamamento reticente.
Meus olhos peregrinam A lembrança da tua presença. Reclusos dos teus olhos, Eles tateiam solidão Na escuridão da saudade, Sem saber onde colocar os passos. Mal acostumados com a luz das tuas retinas, Meus olhos se perdem Em um lugar onde não se faz caminho, Sem a remota possibilidade de reencontro.
Não sei quantas luas Ainda hei de aguardar Nas noites em que me pesam As estrelas. Nessas horas, O firmamento me ofusca A retina do sentimento E me recobra Os sentidos de amargura, Refletindo-me de vazios Espelhados de solidão.