segunda-feira, 5 de maio de 2014

ABISMO




Esse abismo
que se funde
e me confunde
com promessas
de eternidade,
lições de profundidade
do próprio eu?
E então me lanço
nesse oásis em queda
em vertiginosa miragem
de mim.
E encontro perguntas
enquanto faço respostas
do que sou
ou do que me tornei.
Essa queda em abismo
é meu céu, meu exorcismo,
uma intensa  (des)ventura
de ser.
O que fui
está no fundo,
o que sou
é o meu mundo
em livre despencar,
o que serei
é ascensão:
a inolvidável lição
de como saber voar.







Elizabeth F. de Oliveira

3 comentários:

A.S. disse...

Há sempre um estranho fascinio pelo abismo...
é algo que nunca consegui desvendar!...


Um beijo Beth...

Anônimo disse...

Elizabeth ... È nessas palavras singelas que se constrói... e procuramos o "eu" !!!

Nunca saberemos o que tem por vim ... Cada dia!é um recomeço.

maravilhoso! sua postagem. admiro todassss. Desvendar! é o fascínio do "Homem". Beijos da sua amiga Valéria Buchala.

Graça Pires disse...

Parece que cais no abismo ao entrares em ti... Mas tens asas que te exigem uma fuga para além de ti própria. É o que fazes, como diz este poema, muito belo.
Um beijo, minha amiga.