Debruçada sobre madrugadas vazias, Ausentes de pensamentos, rimas e sonhos, Repouso sobre a esterilidade do nada; Enlevo único entre sombras, Restos de luz e matizes de solidão.
Dobra que dobra, redobra. Põe de pé, puxa as pontas. Não fica perfeito, mas faz de conta; um pouco torto, mas ninguém vê. Não faz mal: é só um pedaço morto de folha de jornal. Ficou de lado, meio largado na gaveta. Ao voltar, as letras de papel terão voado. Palavra mal guardada acaba se tornando borboleta.
É à beira de uma fonte Que junto as idéias, Rego as azaléias do meu coração. Essa fonte de inspiração, É somente uma ponte, Talvez seja um pretexto Para eu captar um tema, Colocá-lo em um contexto E transformá-lo em poema.
Joguei minhas cartas de amor no lixo do papel reciclado. Ignoro o rumo que lhes foi dado. O fato é que não me surpreendo, se acaso encontro um coração batendo dentro de uma caixa de sapato.