terça-feira, 4 de novembro de 2008

Descaminho


Minhas mãos me doem
O caminho,
Calejam-me a caneta
De dedos de insistência.
A direção que me aponta
O papel é trajeto único,
Caminho sem volta,
Volta sem caminho,
Percurso sem curso,
Caminho que se desfaz,
Descaminho.
Quedo do cansaço,
Visto que sobre mim,
Ele caminha
E com palavras pisa-me
O itinerário de pensamentos;
Sem remetente,
Sem destinatário,
Mas com um guia de persistências.






Elizabeth F de Oliveira
Foto Descaminho/Márcio Negrão

9 comentários:

Graça Pires disse...

"Minhas mãos me doem
O caminho"
É assim a poesia. Este caminho ou descaminho que escolhemos para fazer dele o nosso destino. Gostei muito do poema, minha Amiga Elizabeth. Um grande beijo.

mundo azul disse...

...um momento de reflexão e questionamentos...

Gostei!

Beijos de luz...

Anônimo disse...

Elizabeth,

Adorei o seu poema...
quantas vezes nossas mãos sublimam a dor,
nessa projecção incorporamos a beleza dos caminhos que as mãos produzem ...

Um abraço e obrigada por se tornar membro do meu sítio
Gisela Ramos Rosa

Anônimo disse...

o Descaminho, cuja foto transparece o poema,
demonstra um conflito de desejos e aspirações, com a persistência
da busca do encontro.

O Profeta disse...

Reflectimos...para continuar...caminhos...


Doce beijo

Anônimo disse...

Eu torço não para que os caminhos se desfaçam, mas para que eles se encontrem! :D
Bjos no coração
:**

Nilson Barcelli disse...

Não te deixes pisar, ainda que mesmo com palavras.
Gostei do teu poema, está muito bem construído, e percorreste um caminho poético nada fácil...
Beijinhos.

d'Angelo Rodrigues disse...

Belo: mãos que doem na colheita da poesia. Mas essa é a sua estrada.

Anônimo disse...

The dream you dream about as writting your sweet verses is certainly the happiest dream one can dream about.

I wish I were that dream, but I surely am not.

Neverthless, may gods and goddesses in Heaven make your dream soon come true.