domingo, 9 de agosto de 2009

E chega um dia...



E chega um dia em que reconhecemos
finalmente
a injustiça das palavras -
exactamente as mesmas
para quem vai e para quem fica


um dia
em que não há mais passado para contar
nem mais futuro para viver


apenas uma velha cantiga a embalar
uma casa desaparecida
e este limbo ocasional
onde o corpo
espera que anoiteça





Alice Vieira
Em 'O Que Dói às Aves'
Foto Carla Salgueiro

19 comentários:

Graça Pires disse...

Ainda bem que regressaste, minha amiga. Este poema da Alice Vieira é lindíssimo como todos os poemas do livro. Percebo o significado de escolheres este. Um beijo enorme para ti.

Lancelot Rides Again disse...

Good evening, lovely Brazilian Poet, I did love the new picture of yours!!!
I saw a pretty young face there, you look like a girl!
By the way, haven't watched that picture before???

mundo azul disse...

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...é muito lindo esse poema! Obrigada por compartilhar conosco... Parabéns à poetisa!


Beijos de luz e o meu carinho...


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~*Rebeca*~ disse...

Elizabeth,

Ler suas palavras cheias de carinho encheu meu coração de ternura. Essa blogosfera nos proporciona muitas possibilidades lindas e uma delas foi ter conhecido sua sensibilidade cheia de luz.

Beijo grande, menina linda.

Rebeca

-

Monday disse...

esses momentos eu costumo chamar de "vácuo existencial" ... rsss

mas uma cantiga pra embalar sempre cai bem ...

O Árabe disse...

Bela escolha! :) Obrigado, boa semana.

vieira calado disse...

Obrigado pela partilha.

Bjs

Nilson Barcelli disse...

Escolheste mais um belíssimo poema.
Querida amiga, bom fim de semana.
Beijo.

José Manuel Vilhena disse...

"Bebo o mar
(...)
na ânsia de matar a sede dos olhos"

Que agradável aparecimento.

Fernando Pinto disse...

Este seu cantinho é um en(CANTO). Já vi que é uma pessoa atenta às coisas belas da vida.
Obrigado pela visita ao meu Labirinto de Olhares.

Abraço de Portugal

Gisela Rosa disse...

Querida que bom ter voltado. Sabe, mesmo depois desse dia em que o corpo pede que anoiteça é possível que um outro dia luminoso amanheça na sequência da noite. Acredito nesse movimento...um beijinho para si

O Profeta disse...

Ah mas esta calmaria aprisionada
Sobe ao celeste um frio arrepio
Entre o mar e as negras pedras
Vive um coração de onde escorre um rio
Onde moram sereias douradas
Onde os peixes falam de amor
Onde as pedras são felizes
Onde as águas lavam o rancor


Boa fim de semana


Doce beijo

Nilson Barcelli disse...

Voltei... mas não há novo post...
Querida amiga, um bom resto de semana.
Beijo.

Marinha de Allegue disse...

Os días chegan e eu tamén voltei companheira.

Unha aperta e un beijo Elizabeth.
;)

Laysa Serrano disse...

Peguei-me questionando:
Será que a palavra mentirosa machuca com tanta força a pessoa que a pronuncia bem como a pessoa que a escuta?
Mais cedo ou mais tarde?
Não sei.
Adorei seu blog, visito sempre.
Parabéns.

Anônimo disse...

Reverencias as tuas letras querida amiga! Belissimo texto!

Nilson Barcelli disse...

Gosto quase sempre do que a Alive Vieira escreve.
E este poema é magnífico, mas não conhecia.
Querida amiga, obrigado pela partilha.
Bom fim de semana, beijo.

Cássia Lopes disse...

Como são injustas, muitas vezes as palavras, não é mesmo?
Bellíssima escolha para postagem.
Estou com Saudades das nossas pausas para os cafés recheados de Poesia!
Beijos no coração!
Cássia.

Ronaldo Honorio disse...

Poema intimista belíssimo de Alice Vieira, tocando-me uma "nota" de sentimento em um diálogo que tive nesta tarde.