quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Origami


Dobra que dobra,
redobra.
Põe de pé,
puxa as pontas.
Não fica perfeito,
mas faz de conta;
um pouco torto,
mas ninguém vê.
Não faz mal:
é só um pedaço morto
de folha de jornal.
Ficou de lado,
meio largado
na gaveta.
Ao voltar,
as letras de papel terão voado.
Palavra mal guardada
acaba se tornando borboleta.





Flora Figueiredo

Um comentário:

Graça Pires disse...

Palavra mal guardada
acaba se tornando borboleta.
Adoro origami. Adorei o poema.
Um beijo